No Ariramba, município de Oriximiná, no Pará, vive Josélia. Casada com seu primeiro amor, depois de um longo período de 17 anos em que, impedida de ficar com ele, viveu outra relação, Josélia é a alegria de todos. Mulher destemida, chamada de mulher-homem até pelo marido pois, além dos afazeres de mulher, caça, pesca e labuta como um homem da floresta. Josélia e a irmã são casadas com dois irmãos, Gervásio – marido de Iranete - e Ernandes, lideranças importantes na região. Quilombolas que ainda lutam pela titulação de suas terras ancestrais, sempre atentos à invasão de madeireiros e grileiros.

As duas famílias vivem do que a natureza lhes oferece: caçam, pescam, coletam. Em uma andada a pé ou subindo o rio de barco pela floresta, Josélia mostra sua intimidade com a flora e fauna que a cerca, repleta de macacos, jacarés, antas, cobras e, especialmente, arirambas, pássaros que dão nome à região.